sexta-feira, 17 de abril de 2009

Uma crítica e uma constatação

Ao responder os críticos dos historiadores da nova história que os acusam de "não sair do marasmo da tradição dos Annales e de renegá-la, trocando a história total por uma história "'em migalhas"', Le Goff escreve na introdução da edição de 1988 de "História Nova":

A esse respeito, corre um mito: a nova história ter-se-ia apoderado da mídia e teria até obtido um quase monopólio da vulgarização histórica no livro, nas revistas, no rádio e na televisão. Essa lenda não resistiria a um estudo sério do mercado da história.

Esse é o primeiro momento em que vemos o autor citar as mídias durante o livro. Visto que esse texto foi escrito como prefácio a nova edição, logo uma atualização do texto publicado em 78, faz-se necessária uma atualização.

Passados 21 anos, vivemos um outro momento do termo "mídia". A internet se inseriu nesse contexto, provocando um fenômeno que ainda hoje em 2009 não está acabado mas está em andamento, chamado convergência digital. Rádio, tv, mídia impressa (jornais, revistas, livros), todos congregados num único veículo digital (sem deixarem de existir em seus formatos originais).

Observando-se somente essa informação, ainda falta um longo caminho para que a nova história se aproprie desses meios. O historiador ainda trabalho com a tecnologia da mesma forma que trabalhava 30 anos atrás, conforme uma postagem que ainda colocarei aqui demonstrará. O novo historiador ainda não se apropriou do conceito chave das novas tic´s. Porém, as pessoas já produzem história através dessa mídia dando origem ao que pode ser uma nova forma de produção histórica e pode exigir do historiador um olhar metodológico científico diferente do que ele possui/usa hoje.

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