quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CIEE promove 6º Curso de História de São Paulo

O CIEE vai promover o sexto curso de História de São Paulo. Estive no primeiro em 2004 e no segundo em 2005. Todos muito bons. Infelizmente não poderei estar nesse por conta de compromissos profissionais que calham nas datas. Mas recomendo fortemente. Até porque os conteúdos dessa edição estão ótimos.

A abertura é amanhã dia 13 de agosto. Consulte todas as informações neste link:





terça-feira, 16 de junho de 2009

História do acontecimento

"A volta do acontecimento é mais surpreendente por se colocar num terreno em que Lucien Febvre e Marc Bloch haviam sido particularmente militantes. A luta contra a história fatual, superficial em todos os sentidos da palavra, que escapa à longa duração, sobretudo política e desvinculada das estruturas, havia sido o alvo número um dos primeiros Annales. Sua votla está ligada a transformações profundas que restauram seu direito de cidadania no território da história. A primeira, bem analisada por Pierre Nora, é a criação do acontecimento pela mídia, que lhe porporciona um estatuto privilegiado na história contemporânea. A segunda é a possibilidade, doravante, de fazer do acontecimento a ponta do iceberg e estudá-lo como cristalizador e revelador das estruturas" (in A História Nova, pags 9 e 10)

Entendo que a internet é a principal mídia propulsora da história do acontecimento. No portal do programa AcessaSP, existe uma seção chamada "Eu me lembro", onde pessoas podem, livremente, depositar qualquer fato que se lembrem. Desde algo que tenha acontecido hoje no trajeto de casa até a padaria, como memória de algo que lhes aconteceu na infância. Entendo ser esse um repositório de fontes históricas importantíssimo. A partir de um depoimento ali postado, outras pessoas podem comentar e fazer relação com algo que elas se lembrem também.

Sem um mediador, elas estão fazendo o que Le Goff disse sobre "fazer do acontecimento a ponta do iceberg". Além de analisar e comentar em cima, elas acabam por aprofundar aquele tema porposto orginalmente. O historiador que desejar estudar uma determinada época, pode se utilizar desse espaço como fonte, aplicando os conhecimentos da ciência histórica para dialogar com os conhecimentos ali depositados e partir para revelar as estruturas.

História correta?

"Se é preciso chamar de novo o que é novo, o que posso fazer? De minha parte, não tenho o menor desprezo pelo que não o seria, mas que representari, por outros caminhos, de outras formas, uma boa contribuição para história. Conheço inclusive grandes historiadores que não são absolutamente novos. Muitas vezes ouvi Fernand Braudel, que no entanto insistia na existência de uma história nova, dizer que, no fundo, só havia uma história válida, a 'correta.''' (História Nova, pag.8)

Em um mundo interligado via web, onde as plataformas permitem produção de conteúdo por qualquer indivíduo que tenha cesso a ela, como fica a afirmação de Braudel repduzida por Le Goff na introdução de "A História Nova"? Le Goff apresenta aqui um Braudel contraditório. Mesmo defendendo novos olhares para o conhecimento histórico, mhavia no fundo uma vontade de validação de uma versão da história. A tal "história correta". Mais adiante, Le Goff fala em "respeito as regras intelectuais".

Quando alguém abre um blog disposto a contar a história da sua cidade usando apenas o conhecimento que tem sobre o lugar onde vive, porém sem embasamento teórico ou "respeito as regras intelectuais" ele está ou não produzindo a "história correta"? E se algum outro cidadão lê um dos posts escritos por aquele historiador e resolve deixar um comentário acrescentdo algo naquela informação, essa interferência é válida?

Entendo que sim e acho que essa fronteira já foi derrubada. Existem centanas de blogs escritos por pessoas que simplemente amam a sua cidade, mas nunca ouviram falar de Marc Bloch, Fernand Braudel ou mesmo Le Goff e mesmo assim, produzem conhecimento histórico de uma forma totalmente nova. E, para esses novos historiadores não existe história correta, porque o que eles escreveram hoje, pode ser alterado daqui a pouco por alguém que esteja navegando na web e queira contribuir com alguma informação no espaço de comentários de seu blog.

sábado, 13 de junho de 2009

Off Topic: III Semana de História Unicastelo

Entre 25 e 29 de maio foi realizada a III Semana de História da Unicastelo. O tema abordado foi "Revoluções e Novos Rumos da História: Uma Discussão Contemporânea". Fotografei o evento e as fotos podem ser vistas aqui:

Não parei...

... a pesquisa segue, apenas estou sem tempo de postar os fichamento aqui. Mas eles virão ainda na próxima semana. Nesse meio tempo, conclui a leitura de História Nova e Sociedade em Rede e, na última semana, iniciei O Mundo é Plano.

Conversei com minha orientadora e marcamos uma reunião para última semana do mês de junho, quando as aulas já tiverem terminado.

Observando o calendário, acredito que o trabalho está seguindo bem adiantado, o que dá uma certa vantagem porque, pela agenda do departamento de pesquisa da universidade, a proposta deve ser apresentada no início de outubro (embora já tenham dito que sria em agosto), para início em janeiro de 2010, quando a pesquisa começa oficialmente. Até lá, acredito que a base teórica da pesquisa estará redonda.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Continuando Le Goff

"... quando se vê que certas orientações da concepção da história, a meu ver, essenciais, não penetraram de fato o território da história: história-problema, a história aberta para as outras ciências sociais, a história que não se encerra na narrativa."

(in História Nova, pag. 8)

Entendo que "a história aberta para as outras ciências" é um processo que pode ser acelerado pelos meios digitais. A colaboração em rede proporcionada pela internet, aceleram os processos de apropriação do conhecimento. As análises em cima da "história-problema" podem ganhar uma análise mais ampla se forem discutidas e fóruns. A problematização de questões "micro" podem ajudar a dar um panorama mais amplo a cerca de fatos históricos antes ignorados.

É o caso da "História Marginal", de Jean-Claude Schimitt. Seu ensaio de mesmo título incluso em "História Nova" trata das minucias de uma parcela da sociedade que compõe o todo, mas, na maioria dos estudos históricos deixa de ter voz. Em tempos de internet, toda história está registra e é válida. Para o historiador, articular com outras ciências é um processo mais rico, embora mais demorado, mas que produz um resultado muito mais substancioso.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Próximos passos

Surgiram duas novas fontes para minha pesquisa: 

Manuel Castells e o seu "Sociedade em Rede" (idéia que surgiu em conversa com a Cris França, colega de equipe no LIDEC). 

Thomas Friedman e o best seller "O Mundo é Plano" (idéia que surgiu em conversa com a minha orientadora na última quarta-feira). 

A jornada é longa... 

Umberto Eco mandando a real

Uma pausa na iniciação científica (que vai de vento em popa) para ler Umberto Eco. Foi publicado no UOL

Sobre a efemeridade das mídias

Umberto Eco
No encerramento da Escola para Livreiros Umberto e Elisabetta Mauri, em Veneza, falamos, entre outras coisas, sobre a efemeridade dos suportes da informação. Foram suportes da informação escrita a estela egípcia, a tábua de argila, o papiro, o pergaminho e, evidentemente, o livro impresso. Este último, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século 19 passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos 1940 para ver como muitos deles se desfazem ao ser folheados). 

Portanto, há muito tempo se realizam congressos e se estudam meios diferentes para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas: um dos que têm maior êxito (mas quase impossível de realizar para todos os livros existentes) é escanear todas as páginas e copiá-las para um suporte eletrônico.

Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e conservação de informações, da foto ao filme cinematográfico, do disco à memória USB que usamos no computador, são mais perecíveis que o livro. Isso fica muito claro com alguns deles: nas velhas fitas cassete, pouco tempo depois a fita se enrolava toda, tentávamos desemaranhá-la enfiando um lápis no carretel, geralmente com resultado nulo; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade, e se as usarmos para estudar, rebobinando-as e avançando com frequência, danificam-se ainda mais cedo. 

Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, saiu rapidamente do mercado porque podíamos acessar online os mesmos conteúdos por um custo muito menor. Não sabemos quanto vai durar um filme em DVD, sabemos somente que às vezes começa a nos dar problemas quando o vemos muito. E igualmente não tivemos tempo material para experimentar quanto poderiam durar os discos flexíveis de computador: antes de podermos descobrir foram substituídos pelos CDs, e estes pelos discos regraváveis, e estes pelos "pen drives".

Com o desaparecimento dos diversos suportes também desapareceram os computadores capazes de lê-los (creio que ninguém mais tem em casa um computador com leitor de disco flexível), e se alguém não copiou no suporte sucessivo tudo o que tinha no anterior (e assim por diante, supostamente durante toda a vida, a cada dois ou três anos), o perdeu irremediavelmente (a menos que conserve no sótão uma dúzia de computadores obsoletos, um para cada suporte desaparecido).

Portanto, sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos e eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Enfim, basta um pico de tensão, um raio no jardim ou qualquer outro acontecimento muito mais banal para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica.

Mesmo tendo gravado em meu computador todo o "Quixote", não o poderia ler à luz de uma vela, em uma rede, em um barco, na banheira, enquanto um livro me permite fazê-lo nas piores condições. E se o computador ou o e-book caírem do quinto andar estarei matematicamente seguro de que perdi tudo, enquanto se cair um livro no máximo se desencadernará completamente. 

Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão da informação do que para sua conservação. O livro, por sua vez, foi o principal instrumento da difusão (pense no papel que desempenhou a Bíblia impressa na Reforma protestante), mas ao mesmo tempo também da conservação.

É possível que dentro de alguns séculos a única forma de ter notícias sobre o passado, quando todos os suportes eletrônicos tiverem sido desmagnetizados, continue sendo um belo incunábulo. E, dentre os livros modernos, os únicos sobreviventes serão os feitos de papel de alta qualidade, ou os feitos de papel livre de ácidos, que muitas editoras hoje oferecem.

Não sou um conservador reacionário. Em um disco rígido portátil de 250 gigabytes gravei as maiores obras-primas da literatura universal e da história da filosofia: é muito mais cômodo encontrar no disco rígido em poucos segundos uma frase de Dante ou da "Summa Theologica" do que levantar-se e ir buscar um volume pesado em estantes muito altas. Mas estou feliz porque esses livros continuam em minha biblioteca, uma garantia da memória para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ferramental do historiador

Le Goff diz:

"Acho em contrapartida que, sendo um ofício, a história deve forjar ferramentas, isto é, métodos, e submetê-los à reflexão e à discussão."

"... parece-me lamentável que alguns se erijam de início em juízes do método e, sem sequer terem uma formação em epistemologia..."

O trabalho de se forjar ferramentas para uso no ofício de historiador nunca foi um processo muito claro. Existe um debate historiográfico ainda hoje sobre quais são os métodos da ciência histórica. Quais são suas fórmulas?

Por não ser uma ciência exata como matemática ou física, fica difícil, mesmo dentro da academia, formular e definir que fórmulas são essas. Mais do que isso, buscar a validação delas dentro da comunidade de historiadores. Sinto falta desse debate.

Porém é preciso conhecimento epistemológico, que hoje virou praticamente artigo de luxo. Usar a epistemologia como ferramenta para se aprofundar na problematização da história possibilita o surgimento de reflexões menos superficiais e, por consequência muito mais ricas em resultados.

E aqui acrescento a potência que a internet pode oferecer para esse tipo de produção científica. Através de debates em fóruns, comunidades e pesquisas que se desenvolvam colaborativamente e de forma assíncrona, historiadores novos que estão espalhados podem produzir juntos e soltando versões beta de ferramentas para uso da comunidade de historiadores que através de suas ações e do próprio debate podem validar e melhorar essas ferramentas.

Uma crítica e uma constatação

Ao responder os críticos dos historiadores da nova história que os acusam de "não sair do marasmo da tradição dos Annales e de renegá-la, trocando a história total por uma história "'em migalhas"', Le Goff escreve na introdução da edição de 1988 de "História Nova":

A esse respeito, corre um mito: a nova história ter-se-ia apoderado da mídia e teria até obtido um quase monopólio da vulgarização histórica no livro, nas revistas, no rádio e na televisão. Essa lenda não resistiria a um estudo sério do mercado da história.

Esse é o primeiro momento em que vemos o autor citar as mídias durante o livro. Visto que esse texto foi escrito como prefácio a nova edição, logo uma atualização do texto publicado em 78, faz-se necessária uma atualização.

Passados 21 anos, vivemos um outro momento do termo "mídia". A internet se inseriu nesse contexto, provocando um fenômeno que ainda hoje em 2009 não está acabado mas está em andamento, chamado convergência digital. Rádio, tv, mídia impressa (jornais, revistas, livros), todos congregados num único veículo digital (sem deixarem de existir em seus formatos originais).

Observando-se somente essa informação, ainda falta um longo caminho para que a nova história se aproprie desses meios. O historiador ainda trabalho com a tecnologia da mesma forma que trabalhava 30 anos atrás, conforme uma postagem que ainda colocarei aqui demonstrará. O novo historiador ainda não se apropriou do conceito chave das novas tic´s. Porém, as pessoas já produzem história através dessa mídia dando origem ao que pode ser uma nova forma de produção histórica e pode exigir do historiador um olhar metodológico científico diferente do que ele possui/usa hoje.

Foco

Vou me dedicar durante alguns dias ao livro "História Nova", coletânea de textos organizada por Jacques Le Goff. Colocarei aqui alguns destaques comentados.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Le Goff II

"A história já tem a sorte ou a infelicidade (única de todas as ciências?) de poder ser feita convenientemente pelos amadores."

A história tem a sorte. Na minha pesquisa quero e vou abordar o que esses amadores estão fazendo. No futuro o papel do historiador "profissional" tende a ser facilmente considerado irrelevante num futuro muito próximo. 

Que mais amadores sejam estimulados. 


Jacques Le Goff

In "História e Memória"

"Marc Ferro (1977) mostrou como o cinema acrescentou à história uma nova fonte fundamental: o filme torna claro, aliás, que o cinema é "agente e fonte da história". Isto é verdadeiro para o conjunto da media, o que bastaria para explicar que a relação dos homens com a história conhece, como a media moderna (comunicação de massas, cinema, rádio, televisão), um avanço considerável. "

Sim, com a internet a pesquisa histórica avançou. Mas pode avançar anos luz ainda...

Marx

"A ciência não deve significar apenas um prazer egoístico. Os que têm a oportunidade de se consagrar aos estudos científicos deverão ser os primeiros a pôr seus conhecimentos a serviço da humanidade."

Ou seja: liberar as pesquisas no meio do processo... a humanidade precisa se apropriar... 

Extraí do capítulo "Recordações pessoais de Karl Marx" da edição de "O Capital" que a Conrad liberou pra download no ano passado. 

Working Progress

Resultado da reunião de hoje com minha orientadora Célia de Bernardi:

Introdução: partir da reflexão de Le Goff  (A História Nova) e de outros historiadores ou cientistas sociais quanto a questão da renovação documental; o problema da objetivdade do conhecimento; qual a concepção de documento. 

Os desafios do historiador frente as novas tecnologias da informação e comunicação

Fonte: Explicar a fonte documental utilizada: os depoimentos de usuários do programa Acessa São Paulo

Objetivo: Levantar temáticas do "Eu Me Lembro" considerando o cruzamento das lembranças pessoais e dos momentos históricos vivenciados por personagens até então anônimas. Em que medida as lembranças são permeadas pelo quadro social que dá suporte a memória. O que há de coletivo e de comum mesmo quando se fala de memórias pessoais. Selecionar grupos por faixas etárias, sexo, região administrativa.

Tarefa para o próximo encontro: 

Ler Maurice Halbwachs "A memória coletiva". 

domingo, 15 de março de 2009

Evidências que você pode usar # 1

"Share your secrets"

Flip your 80:20 rule for keeping secrets. Instead of classifying 80% of your information, aim at classifying only 20%. Most of the secrets you keep no one would bother reading even if you delivered them with the morning newspaper.

Scott Johnson,TV Test SW Engineering, not speaking for Tektronix:
Such things as industrial espionage -- and employee theft -- still occur, so suggesting that companies disregard physical (or electronic security) in the name of openness may be wrong-headed. Security should be proportionate to the risks; no more and no less. And security should be limited in scope to what is necessary to prevent theft of property (tangible or intellectual) — NOT to stifle legitimate conversation with markets.


Historiadores, eis um grande desafio: compartilhar suas pesquisas, seus segredos. E não quando os textos estiverem prontos e exaustivamente discutidos em fóruns e congressos de história. Significa compartilhar a pesquisa no momento em que ela estiver sendo produzida para que outros historiadores e outros amadores interfiram e soltem outras versões beta do que está sendo pesquisado. 


Autoridade da informação

"I was at an AI conference. All these academic researchers were arguing about natural language processing. They were arguing about it as if language was their personal property, something that they’d inherited along with their degrees and official membership in “the discipline.” I remember
getting angry. I remember thinking about the cave paintings at Lascaux and Altamira, about dictionaries as a form of lexical archeology, about Indoeuropean etymologies that went back the steppes of Asia, to people who rode into battle bareback and made up words for the sounds their swords and axes made, for the sounds of love, for the sounds of the night. 

And I thought, who do these hosers think they are? These long-winded doctors of philosophy with their anemic propositions and their feeble proofs. I walked away and never looked back."

Extraído de Gonzo Marketing. 

Esse tipo de discussão acontece entre historiadores. E cada vez que isso acontece penso no quanto os historiadores perdem tempo em não olhar para o que está acontecendo on-line. As pessoas estão fazendo e praticando história na internet. E sem os historiadores. 

Eu acho ótimo. 

Projeto de pesquisa - rascunho

Junto com Cacau Freire, rascunhamos o que pode ser o projeto: 

Projeto de Pesquisa

  • Programa Acessa SP
  • Eu me lembro 
  • Pergunta: o que intrigou - problema - justificativa

Referencial teórico

  • Informação no digital
  • The future of reputation (memória e internet - história oral)
  • Autoridade das fontes de informação

Metodologida

  • história oral
  • entrevista
Comunicação e cultura

Guardei o rascunho feito a caneta no papel. Foi uma das conversas na qual mais aprendi desde que entrei para universidade. 

Conversa com Hernani Dimantas

Hernani Dimantas conversou comigo por cerca de 30 minutos e deu o caminho das pedras para muitas coisas que eu estava pensando para o meu projeto de pesquisa. Por enquanto, a bibliografia recomendada foi: 

Gilles Deleuze e Félix Guattari - Mil Platôs, vol. 2

Christopher Locke - Gonzo Marketing 



Meu desafio será construir o diálogo desses autores e os pensadores de história... 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Além do porquê, as referências

Já disse que a confirmação da minha certeza veio de Marc Bloch. Mas como a própria frase diz, eu já tinha comigo a vontade de pesquisar e pensar sobre o tema. Existe uma vasta bibliografia e uma série de links que apontam para diversas teorias sobre o tema que indicarei aqui ao longo da pesquisa. 

Além da coerência em falar de internet sem sair dela, o motivo de eu ter aberto este blog foi inspirado em Hernani Dimantas que blogou sua teoria/livro (Marketing Hacker) abertamente. Também me inspirei em Chris Anderson e seu blog/livro (A Cauda Longa). Existem outros, mas eu li esses dois autores e também me convenci de que seria possível construir um projeto completo de iniciação científica de forma aberta, em um blog. 

Projeto de Pesquisa

Desde que entrei na Universidade de História (2008), não tinha intenção de priorizar a carreria a que a formação se destina: dar aulas. Sempre vi no historiador um professor, mas sendo um articulador das informações que estão "presas" nas discussões acadêmicas. 

Quando li "Apologia da História ou o Ofício do Historiador" de Marc Bloch senti o que costumam chamar de "cair a ficha". Na abertura do capítulo um de seu livro, Bloch parte de uma pergunta de seu filho (Papai, o que é história?) para escrever a obra básica para qualquer pessoa que pretenda ser historiador. Acadêmico ou não. Ali confirmei que história não servia apenas para ser ensinada nos espaços acadêmicos. Nas entrelinhas, ele deixa a mensagem: há outros caminhos. 

E é com esse "habeas corpus" que decidi: minha prioridade não será dar aulas. Poderei fazer isso, mas não será minha atividade principal. Existem outras questões que me intrigam. E são elas que serão sempre minha prioridade como historiador. E uma dessas questões foram a motivação para que eu comoçasse este blog. 

Meu projeto de iniciação científica tratará sobre como se dá a preservação da memória oral na internet. Há intencionalidade histórica no que postamos na internet? O que representará a internet como fonte de pesquisa sobre uma época para os historiadores do futuro? E já que estou pesquisando uma questão histórica neste meio(internet), nada mais coerente do que disponibilizar a memória da própria pesquisa aqui.