terça-feira, 16 de junho de 2009

História correta?

"Se é preciso chamar de novo o que é novo, o que posso fazer? De minha parte, não tenho o menor desprezo pelo que não o seria, mas que representari, por outros caminhos, de outras formas, uma boa contribuição para história. Conheço inclusive grandes historiadores que não são absolutamente novos. Muitas vezes ouvi Fernand Braudel, que no entanto insistia na existência de uma história nova, dizer que, no fundo, só havia uma história válida, a 'correta.''' (História Nova, pag.8)

Em um mundo interligado via web, onde as plataformas permitem produção de conteúdo por qualquer indivíduo que tenha cesso a ela, como fica a afirmação de Braudel repduzida por Le Goff na introdução de "A História Nova"? Le Goff apresenta aqui um Braudel contraditório. Mesmo defendendo novos olhares para o conhecimento histórico, mhavia no fundo uma vontade de validação de uma versão da história. A tal "história correta". Mais adiante, Le Goff fala em "respeito as regras intelectuais".

Quando alguém abre um blog disposto a contar a história da sua cidade usando apenas o conhecimento que tem sobre o lugar onde vive, porém sem embasamento teórico ou "respeito as regras intelectuais" ele está ou não produzindo a "história correta"? E se algum outro cidadão lê um dos posts escritos por aquele historiador e resolve deixar um comentário acrescentdo algo naquela informação, essa interferência é válida?

Entendo que sim e acho que essa fronteira já foi derrubada. Existem centanas de blogs escritos por pessoas que simplemente amam a sua cidade, mas nunca ouviram falar de Marc Bloch, Fernand Braudel ou mesmo Le Goff e mesmo assim, produzem conhecimento histórico de uma forma totalmente nova. E, para esses novos historiadores não existe história correta, porque o que eles escreveram hoje, pode ser alterado daqui a pouco por alguém que esteja navegando na web e queira contribuir com alguma informação no espaço de comentários de seu blog.

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